quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Leituras muito boas

Khaled Hosseini

Caros Amigos,
Tenho sido muito bem sucedido nas leituras que tenho feito ultimamente. As duas mais recentes leituras que fiz (e que indico) são os romances de Khaled Hosseini: " Cidade do Sol" e "O Caçador de pipas". São simplesmente maravilhosos. Confiram!
Abraços e Beijos do

Jorge

Que importância tem???


Que importância tem deixar de ser amigo de alguém? Toda importância, ou nenhuma. Na posição em que estou, falo com a propriedade de quem foi deixado e não de quem deixou. Amei pessoas, para as quais, hoje, não tenho nenhum "valor agregado", como diria uma delas. Pessoas que foram muito importantes na minha vida, quer tenham sido positiva ou negativamente. Umas duraram alguns verões, outras só apareciam durante a primavera e se dispersavam no verão. Poucos passaram o inverno comigo. Durante anos pensei ser importante na vida dessas pessoas e um dia, acordei sozinho. Sozinho numa prisão como Edmond Danté de "O conde de Monte Cristo". E embora não tenha encontrado um sábio para me ensinar resistir ao exílio, sobrevivi e tive tempo de deixar que a natureza das coisas se encarregasse de providenciar as necessárias e saudáveis mudanças. Hoje, gozo de doces lembranças de momentos vividos, como quem assistiu inéditas peças teatrais que foram boas a sua época,mas que não valeriam à pena, se remontadas. Passou, foi lindo em muitos momentos até nem tão bons em alguns. De um relicário completo se perde muito, mas sempre se tem a felicidade de preservar algo raro. Isso pra todo mundo que tem ou teve um relicário. Isso mesmo. Tive um relicário e senti-me rico e imbatível. Tolice. Eram apenas adornos, que brilharam tanto sobre os meus olhos crédulos que julguei ser um tesouro. Mesmo assim, amei tudo que tive com força e paixão. O tempo, como já disse, se encarregou de me fazer conformado. Não tenho mais o meu tesouro de adornos. Felizmente o algo raro a que me referi serve de mastro para sustentar o velejar. Nem posso imaginar se seria bom se tudo fosse claro, talvez assim, culpas, inocências, verdades e mentiras delineassem um novo traçado e aos poucos tudo se ajeitasse. Para mim, isso não teria a menor importância, posto que mudança alguma me faz diferença. Mas, sinceramente presumo como seria doloroso para alguns, saberem-se iludidos. Sempre penso: Porque alguém que se esforça para separar-me de ti, não faz o mesmo esforço para separar-se de mim?

Coisas de gente.

Há quem admita prazer em afagar um porco-espinho. Isso é dar ocasião de sentir prazer na dor.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Essa é para o meu amigo Moraes, que não é piegas.

Piegas
Significado de Piegas
adj. e s.m. e s.f. Que ou quem é dado a pieguices.
Pessoa afetada, ridícula nas maneiras, dada a infantilidades.
Que ou quem é ridiculamente sentimental

terça-feira, 12 de julho de 2011

Tantas vezes amei...



Porque tantas vezes amei, que nem sei se amei direito. Amei intensamente em vários momentos e tantas pessoas, que nem lembro se tive um grande amor, ou se banalizei o amor. Creio que não, posto que ainda sinto o amor pulsar fortemente por alguém que ainda nem veio. Não busco, sinceramente, mas espero e creio que está por chegar. E quero viver isso tudo de novo e da única forma que sei, sem inventar, só viver. Quero toda a oferta da vida incluindo os medos e os perigos,mas quero, quero mesmo. Não quero ficar pensando como deve ser ou numa forma perfeita, pré-concebida, eu quero é não querer.
Cada vez que amei, amei. Não tenho como dizer se foi muito ou pouco, só que amei. Também não desamei, amei de novo, sem deixar de amar a quem amei antes. Amo ainda, mas sem gerúndio, sem manutenção. Apenas uma lembrança boa.O amor é tão grande que não se pode medir. Assim, deve ser espalhado, semeado, ofertado, ser transformador,mas nunca transformado. O amor de tão amor, não podemos segurá-lo, não podemos prendê-lo, ele tem que simplesmente existir verdadeiramente, uma espécie de aura intocável, mas irradiante. Contudo o amor pode adoecer e passar a ter formas absurdamente feias, transformar amores em saudades, amizades em distanciamentos. Cuidar do amor é muito difícil, principalmente quando nos distanciamos dele e fazemos com que tudo pareça ruim.
Ninguém se prepara para amar, embora deseje ardentemente ser amado. Contudo, nem sempre retribuímos o amor que recebemos. Podemos ser amados por quem não conseguimos amar, de forma alguma. Às vezes a oferta de amor pode até ofender, com todo sua singeleza. Falando em singeleza como traço natural do amor, muitas das vezes a ausência dessa característica singela pode estar camuflada e confusa: paixão. Ai, que perigo delicioso!!! A paixão parece um amor forte, mas, apesar de sabidamente efêmero, todo mundo se engana, chamando-a de amor. Quem nunca se apaixonou loucamente??? Loucamente quer dizer, sem a menor noção de certo ou errado, de bom ou de mal, de grande ou pequeno. A gente simplesmente se joga e pronto. Da mesma forma, depois ficamos questionando porquês que não fazem o menor sentido. Mas, pegando o gancho inicial, quando falo de retribuição ao amor. Isso é muito complicado. A gente sempre se deixa trair pelos olhos, mas não vai aí nenhuma acusação, nem mea culpa, pois não podemos negar que a beleza exerce sobre a maioria das pessoas um fascínio inevitável. Os olhos selecionam o que vêem e, digamos que o coração ajuda na escolha, mas obtermos sucessos, são lá outros-quinhentos. Não raro, somos paquerados por quem não queremos, por meras preconcepções estéticas ou sociais e uma infinidade de outras razões e também amargamos o inverso, pois quando nos deixamos trair e investimos numa atração, pode acontecer que o outro lado simplesmente não se interesse. Quanto ao sucesso ele por si só se explica. Contudo, até esse sucesso pode ser artificial, posto que muitas vezes as relações se dão por interesses, nem sempre mútuos.
Embora não exista receita para amor, para relacionamentos existe. Pode-se pensar no tipo de pessoa que se deseja por perto, mas isso não garante nada. Não somo capazes de reunir nas pessoas todas as qualidades que desejamos, mas podemos ser contemplados pela sorte de termos pessoas pelo menos de boa índole. Mas isso não quer dizer que os cafajestes, não façam a alegria de alguns. Há quem os aprecie. Muitos optam por ter tudo quanto possam pagar, mas para esses vai um conselho: Esqueçam de qualquer alusão ao amor. Prazer e amor, nem sempre estão associados, nem sempre se comungam. O vazio que grita nos olhos dos que buscam prazer na venal é inconfundível. Muitas das vezes isso parece se dar porque, algumas pessoas, preferem ficar alguns minutos prostrados diante da beleza de um corpo, enquanto se envergonham do próprio corpo, a ponto de imaginarem-se indignas de serem realmente amadas por outras pessoas, verdadeiramente.
Isso tudo parece cruel, mas é real. Basta olhar as pessoas lutando para não serem elas mesmas, vivendo com as mentes tiranizadas pela estética e tentando serem o que não são. Essa ditadura da beleza, tão atual e com grandes chances de perpetuação, passa desapercebida por muitos. As pessoas não aceitam as outras como são porque não se aceitam como são. Não há equilíbrio nem sensatez. Em todas as rodas só se ouve falar em lipo isso, lipo aquilo, correção disto, correção daquilo, malhação, spa, regime dieta. Tudo bem, Saúde é fundamental, mas não ser bonito, definitivamente não é ser doente. Mas o mundo está doente. As pessoas estão cada vez mais egoístas e individualistas, no pior momento da humanidade, onde a ruína se aproxima de forma assustadora, mas banalizada pelo egoísmo. O dinheiro determina tudo, até chegar um dia em que ele não servirá nem para manter o fogo aceso.

O CFC E A CAMADA DE OSÔNIO - A FARSA?




O CFC E A CAMADA DE OZÔNIO - A FARSA?
Luiz Carlos Baldicero Molion -Prof. Phd do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas
molion@ccen.ufal.br

"Estamos frente ao maior perigo que a humanidade já enfrentou."
Dr. Mostafa Toba, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente.


Em primeiro lugar, gostaria de alertá-lo para não acreditar em tudo que é publicado por organizações pertencentes a ONU, pois, muitas vezes, tais ações e orientações têm o objetivo de fazer com que países de primeiro mundo continuem a manter sua hegemonia, em termos econômicos e tecnológicos.

A verdade é que não há evidências científicas de que a camada de ozônio na estratosfera esteja sendo destruída pelos compostos de clorofluorcarbono (CFCs), que são gases utilizados em refrigeração (geladeira, ar condicionado), como Freon 11 e Freon 12 da Du Pont. O que ocorreu foi que, como os CFCs se tornaram de domínio público e já não podiam ser cobrados direitos de propriedade ("royalties") sobre sua fabricação, as indústrias, que controlam a produção dos substitutos (ICI,Du Pont, Atochem, Hoechst, Allied Chemicals), convenceram "certos" governos de países de primeiro mundo (começou com Sra. Margareth Tatcher, Ministra da Inglaterra) a darem apoio para a "a farsa da destruição da camada de ozônio e do aumento do buraco de ozônio na Antártica" pois, agora, os seus substitutos recebem "royalties

"Se me permitirem, eu gostaria de tecer alguns comentários sobre emissões de gases de efeito-estufa para a atmosfera, provenientes das atividades humanas. Eu sou professor no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal de Alagoas e venho estudando o assunto há mais de 15 anos. Em primeiro lugar, gostaria de alertá-lo para não acreditar em tudo que é publicado por organizações pertencentes a ONU, pois, muitas vezes, tais ações e orientações têm o objetivo de fazer com que países de primeiro mundo continuem a manter sua hegemonia, em termos econômicos e tecnológicos.
Esse parece ser o caso do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), ONU, que tem tratado de emissões de gases e que liberou recentemente seu "Third Assessment on Climate Change" (3° avaliação sobre mudanças climáticas) que aumentou, ainda mais, as estimativas de aumento da temperatura global se a concentração de CO2 e outros gases de
efeito-estufa dobrarem, variando agora de 1,5 °C a 5,6°C.. A figura 10 do Sumário Técnico do próprio IPCC mostra que, para os últimos 17 anos, houve uma tendência na concentração de metano (CH4) de -0,09% ao ano, o que significa que seu crescimento tem sido negativo e que a concentração de CH4 poderá se estabilizar em 2005 e diminuir a partir desse ano, apesar de os rebanhos de ruminantes terem crescido nesse mesmo período. As taxas de aumento de CO2 também têm decrescido, passando de 0,45% ao ano no começo dos anos 1980 para 0,41% ao ano no início dos anos 1990 (decréscimo de 0,04%), enquanto as emissões humanas passaram de 5,4 Gigatoneladas de carbono (GtC) por ano
para 6,8 GtC/ano, um aumento de 26% no mesmo período. As concentrações desses gases de efeito-estufa dependem muito da temperatura dos oceanos que cobrem 71% do planeta. Os oceanos são os grandes reservatórios desses gases, contendo, por exemplo, cerca de 60 vezes mais CO2 que a atmosfera. Quando os oceanos estão quentes, a absorção de gases diminui, quando eles se esfriam a absorção de gases aumenta. Assim, bastaria um pequeno resfriamento da temperatura dos oceanos para mudar completamente as projeções feitas pelo IPCC sobre o aquecimento global.

Há quase 10 anos, reanalisei as séries de ozônio de Oslo e Tronsoe, Noruega, e escrevi um trabalho mostrando que as concentrações de ozônio estratosféricos são altamente variáveis e dependem da variação de fatores internos e externos ao sistema Terra-atmosfera, como produção de radiação ultravioleta pelo Sol e a presença de aerossóis vulcânicos. A verdade é que não há evidências científicas de que a camada de ozônio na estratosfera esteja sendo destruída pelos compostos de clorofluorcarbono (CFCs), que são gases utilizados em refrigeração (geladeira, ar condicionado), como Freon 11 e Freon 12 da Du Pont.

O que ocorreu foi que, como os CFCs se tornaram de domínio público e já não podiam ser cobrados direitos de propriedade ("royalties")sobre sua fabricação, as indústrias, que controlam a produção dos substitutos (ICI,Du Pont, Atochem, Hoechst, Allied Chemicals), convenceram "certos" governos de países de primeiro mundo (começou com Sra. Margareth Tatcher, Ministra da Inglaterra)a darem apoio para a "a farsa da destruição da camada de ozônio e do aumento do buraco de ozônio na Antártica" pois, agora, os seus substitutos recebem "royalties".

O Freon 12, por exemplo, custava US$1,70/kg e seu substituto R-134 custa quase US$20,00/kg. Como essas 5 indústrias têm suas matrizes em países de primeiro mundo e pagam impostos lá, não fica difícil de se concluir para onde vai nosso dinheiro e de quem é o interesse de sustentar uma idéia, ou hipótese tão absurda como essa da destruição da camada de ozônio pelo homem. Na minha opinião, essa hipótese é uma atitude neocolonialista, ou seja, de domínio dos países ricos sobre os pobres, através da tecnologia e das finanças. Países tropicais, como Brasil e Índia, precisam de refrigeração a baixo custo. A hipótese da destruição da camada de ozônio é uma forma de transferir dinheiro de países pobres para países ricos, que já não possuem recursos naturais e têm que sobreviver explorando os outros financeiramente.

Uma das minhas preocupações é que o assunto já está sendo tratado nos livros de Ciências que as crianças usam e parece que vamos formar uma geração inteira, ou mais, baseados em afirmações , ou "dogmas", sem fundamento científico.

Gostaria de adicionar uns aspectos ao problema.
"Em 1950, R. Penndorf, do Laboratório da Força Aérea, em Cambridge, EEUU, analisou os dados do período 1926-42, da estação de Tronsoe, Norte da Noruega. Ele notou registros de concentrações de ozônio de valores tão baixos quanto 50 Unidades Dobson(UD) e uma grande variabilidade diária, com um fator quase 10 (ou seja, 1000%) entre o máximo e o mínimo registrados. Ele chamou essa anomalias de baixas concentrações de "buracos na camada de ozônio". Porém, a expressão só ficou famosa depois que J.B. Farman, do British Antarctic Survey publicaram um trabalho na revista Nature em 1985.


Note a coincidência da data e o país - Inglaterra - preocupado com a destruição do ozônio). Em 1960, o cientista Gordon Dobson, utilizando dados coletados na Antártica durante Ano Geofísico Internacional (1957-58, escreveu em seu livro que o "buraco na camada de ozônio sobre a Antártica era natural. Aliás, ele não utilizou a expressão "buraco" e sim "anomalia". O Brasil foi forçado a assinar o Protocolo de Montreal, que banias os CFCs. Era uma das exigências do FMI para renegociar a dívida externa e receber mais empréstimos. Daí, eu ter afirmado, e continuo convicto, que a " a eliminação dos CFCs como argumento que destroem a camada de ozônio" nada mais é do que uma atitude neocolonialista. Daqui alguns anos (100 anos??)
quando provarem a verdade, ou seja, que a camada de ozônio jamais foi ameaçada pelo atividades humanas, vão ver quão medíocres eram os cientistas do final do século XX e inícío do século XXI e certamente receberemos os mesmos comentários e adjetivos que utilizamos hoje para criticar a atitude da Igreja Católica durante o período da Inquisição na Idade Média que atravancou o desenvolvimento da Ciência com "dogmas"absurdos."



O desinteresse atual sobre o estado da Camada de Ozônio (O3), ou seja, porque o PNUMA , OMM e as ONGs da vida não falam mais sobre o assunto, reside no fato de a Indústria já ter conseguido seu intento, ao forçar a aceitação dos substitutos (R-134, por exemplo), e voltar a faturar mais, transferindo recursos de países pobres, carentes de refrigeração a baixo custo, para os países ricos, detentores da patentes e dos "royalties", ou seja, a eliminação dos CFCs foi um ato de NEOCOLONIALISMO. Portanto, o assunto "ficou fora de moda”.
Para complicar a situação dos que defendem, com propósitos escusos, que o homem possa destruir a Camada de Ozônio ou aumentar o "Buraco de Ozônio", este diminuiu depois de 1996.

Note que o ano de 1996 coincidiu com um "mínimo solar" (Figura Ciclo 23), ou seja, quando a atividade solar está num mínimo, o Sol produz menos radiação ultravioleta (UV) que é essencial para a produção de O3, i.e., menos UV, menor concentração de O3. O Sol atingiu um máximo (não tão máximo) de atividade em 2000 (Figura Ciclo 23) e a concentrações de O3 aumentaram. Em 2007-2008, o Sol estará num novo mínimo, menos UV, e o Buraco voltará a crescer. O máximo solar de 2000 foi suficiente para aumentar as concentrações globais de O3 em cerca de 3% acima da média. Um ponto interessante, é que existe um possível ciclo solar, de cerca de 90 anos (Ciclo de Gleissberg), que prevê que o Sol vai estar num grande mínimo de atividade ( minimum minimorum) nos próximos dois ciclos solares (próximos 22 anos), ou seja, de agora até os anos 2022-23, se se repetirem os ciclos anteriores (1890-1915 e 1800-1825).

Dessa forma, é possível que a camada de O3 naturalmente diminua em função do menor fluxo de UV.(Dentre as centenas de estudiosos - e consultores de indústrias de gases de refrigeração - será que só eu sei disso?!)

Será que acertarei minha "previsão"? E aí? Serão os "substitutos", ou os remanescentes dos CFCs, os causadores da diminuição (flutuação??) da camada de O3 no futuro? Esperar e ver o que acontece!

Anexo duas figuras uma que mostra o aumento de concentração de O3 com o tempo (1996-2001) e outra que mostra o número de manchas solares do ciclo que estamos vivendo o "Ciclo 23". Note o mínimo de O3 em 1996 (mínimo o solar), o máximo relativo em 1998 e o máximo em 2000 (máximo solar).


Aquecimento global é um processo natural, diz climatologista
Publicada em 06/02/2007 às 19h33m
Mayumi Aibe - O Globo Online


RIO - É desperdício de tempo e dinheiro combater o aquecimento global e previsões catastróficas como as do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, defendeu nesta terça-feira o climatologista Timothy Ball, estudioso do tema há 30 anos. Em entrevista ao GLOBO ONLINE, ele criticou as conclusões do estudo divulgado na semana passada, segundo o qual o aumento das temperaturas na Terra é "muito provavelmente" causado pelo homem. Para Ball, as alterações no clima são um processo natural, em que as emissões de dióxido de carbono têm pouca influência.

- O dióxido de carbono não é um gás poluente. Ele tem conseqüências positivas, na verdade. Quanto maior sua concentração na atmosfera, maior o crescimento das plantas. A atividade do Sol é o principal fator que afeta o clima no planeta, mas quase não é mencionada - afirmou o especialista, que é Ph.D em Ciência da Universidade de Londres e ex-professor de climatologia da Universidade de Winnipeg, no Canadá.

De acordo com Ball, as variações de intensidade do Sol explicam períodos como a última Era do Gelo, quando a Terra era, em média, cinco graus Celsius mais fria do que hoje. O climatologista lembrou ainda que, no início de sua carreira, a maioria dos cientistas temia um "resfriamento global" no futuro.

- Isso prova que um consenso não é necessariamente um fato científico - disse.

Segundo ele, há inclusive cientistas na China, na Rússia e nos Estados Unidos que prevêem que as temperaturas vão cair até 2030, devido a uma redução da atividade solar. Ball justificou o silêncio dos especialistas que defendem esta teoria:

- Eles têm medo de se expressar, são acusados de receber dinheiro da indústria do petróleo. Eu mesmo já fui alvo de ataques pessoais.

O climatologista admitiu que a teoria de que o aquecimento global é um processo natural pode ser usada por governos pouco comprometidos com o meio ambiente. No entanto, segundo ele, "não dizer a verdade pode ser muito mais perigoso".

Na opinião do cientista, em vez de focar num problema que não poderão resolver, os governos deveriam investir em reduzir a poluição do ar e da água. Ele afirmou que um dos problemas mais graves atualmente é a erosão do solo, que pode deixar milhões de pessoas sem alimentos.

- Países como Brasil, Índia e China deveriam se preocupar com esta questão - disse.

Rancho do Tomate

A apresentação para mim foi um pouco morna, mas para alegria de todos, o público acabou cutindo. Havemos de rever a questão do som, que não anda lá essas coisas. Graças a qualidade e proposta da banda Bloco da Cidade, valeu à pena ter ido.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Aguardem...



...Próxima parada Rancho do Tomate, lá vamos nós!!!

Nesta quarta-feira 06.07.2011, às 22:00h.


Compareçam!!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

APRESENTAÇÃO DA BANDA BLOCO DA CIDADE




SÁBADO 02 DE JULHO/2011, Às 22:00h, a Banda Bloco da Cidade se apresentará Fazendo a abertura do Show do Grupo Os Avassaladores na casa de Shows Via 1, na Av. Um, em Itaipuaçu, a lado da Pizzaria Meu Cumpadi. Não percam!!!

Ana Espósito

Tenho uma amiga que me emociona. Ela não é a minha melhor amiga, pois não acredito nessas coisas. Se eu acreditasse em melhor amiga, deveria ter uma pior amiga. Como só acredito em amizades grandes, COMO É A MINHA COM ANA, posso dizer que Deus me deu uma amiga que vale por uma legião de anjos.

segunda-feira, 27 de junho de 2011



A HOMOSSEXUALIDADE NA JUSTIÇA



Diante do silêncio do legislador, é a jurisprudência a mais importante ferramenta para assegurar a homossexuais e transexuais o exercício de cidadania.
Os avanços são muitos, mas é enorme a dificuldade de acesso aos julgados que sinalizam os progressos que o direito à livre orientação sexual vem alcançando na Justiça.
Daí a necessidade de formar uma grande rede de informações e disponibilizar as vitórias já obtidas pela população LGBT.
Com certeza este é um compromisso de todos que acreditam na necessidade de contruir o direito homoafetivo como um novo ramo do Direito.
Mas, é indispensável coragem de ousar, única forma de consolidar conquistas. (Maria Berenice Dias )

Jô foi muito infeliz com suas piadinhas.



O deputado federal Jean Wyllys demonstrou insatisfação com posição adotada pelo apresentador Jô Soares durante entrevista com Maria Berenice, ex-desembargadora e advogada especialista em Direito Homoafetivo. O programa foi ao ar na madrugada desta segunda-feira (13).

No Twitter, Jean declarou: "Jô Soares acabou prestando um desserviço com suas intervenções equivocadas nas boas falas de Maria Berenice. Mostrou-se um conservador!". Revoltado, ele ainda afirmou: "O comentário final dele (Jô) sobre a homofobia foi tão equivocado e eivado de preconceito que não me pareceu ter vindo de um ilustrado".

O desabafo do militante da causa LGBT no Congresso Nacional não parou por aí. Ainda através da rede social ele revelou a decepção quanto a atitude do apresentador: "E Jô agora está explicando e justificando sua atitude: é uma "defesa" do humor livre. Esperava argumento mais inteligente!". Para finalizar o discurso, o deputado escreveu: "Humor que recorre a escatologia e a ofensa e humilhação de minorias é recurso dos sem-talento. Humor de gente de talento não precisa disso".

Milton Santos, Grande Personalidade.













MILTON SANTOS (1926 / 2001 )
Biografia Resumida

O Prof. Dr. Milton Santos (Milton de Almeida Santos ou Milton Almeida dos Santos), nasceu em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, no dia 03 de Maio de 1926. Geógrafo e livre pensador brasileiro, homem amoroso, afável, fino, discreto e combativo, dizia que a maior coragem, nos dias atuais, é pensar, coragem que sempre teve. Doutor honoris causa em vários países, ganhador do prêmio Vautrin Lud, em 1994 ( o prêmio Nobel da geografia), professor em diversos países (em função do exílio político causado pela ditadura de 1964), autor de cerca de 40 livros e membro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, entre outros.

O Prof. Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), foi professor em Ilhéus e Salvador, autor de livros, que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia: "O Povoamento da Bahia" (48), "O Futuro da Geografia" (53), "Zona do Cacau" (55) entre muitos outros. Em 1958, já voltava da Universidade de Estrasburgo, da França, com o doutorado em Geografia, trabalhou no jornal "A Tarde" e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene, foi preso em 1964 e exilado. Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tânzania; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um "prêmio Nobel", o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia. Outras de suas magistrais obras são: "Por Uma Outra Globalização" e "Território e Sociedade no Século XXI" (editora Record) .

Milton Santos, este grande brasileiro, morreu em São Paulo-SP, no dia 24 de Junho de 2001, aos 75 anos, vítima de câncer.


Prof. Milton Santos: Pensamento de Combate
( por Cláudio Cordovil )

Um momento de vida inteligente na televisão brasileira. A entrevista do geógrafo Milton Almeida dos Santos, exibida anos atrás no programa Roda Viva (uma produção da TV Cultura, retransmitida pela TVE), revelou a milhares de telespectadores o vigor do pensamento de um dos mais respeitados intelectuais brasileiros. Professor titular da USP e considerado por seus pares um dos mais conceituados geógrafos vivos do mundo, Milton Santos quase se compara ao intelectual americano Noam Chomsky, em termos de radicalidade de sua original reflexão de resistência em tempos de "pensamento único". Com 12 títulos de doutor honoris causa de respeitadas universidades estrangeiras, esse baiano afável é um escritor prolífico, com mais de 40 livros publicados. Homem que sempre cultivou mais discípulos do que parceiros, pelo grosso calibre de suas denúncias da cooptação de intelectuais que emudecem diante das tentações do mercado e dos riscos da globalização. Milton Santos foi o único estudioso fora do mundo anglo-saxão a receber o que pode ser considerado o Nobel da Geografia pelo conjunto de sua obra o prêmio Vantrin Lud. Durante a exibição de sua entrevista no Roda Viva, os telefones do programa não pararam de tocar. "Muitas pessoas ligaram emocionadas e entusiasmadas, vibrando e agradecendo a emissora pela transmissão. O teor das declarações do público se assemelhou ao verificado com a entrevista de Noam Chomsky", comenta Marco Nascimento, diretor de jornalismo da TV Cultura.

# - Em entrevista no programa Roda Viva, o senhor afirmou que observamos atualmente uma capitulação dos intelectuais brasileiros diante da situação do país. Como define essa capitulação?

* A capitulação dos intelectuais é um fenômeno internacional já antigo e que se agravou com a globalização. Isso de alguma maneira perdura com a democracia de mercado de hoje. A intelectualidade brasileira se organiza através de grupos fechados que necessitam mais de fazer pressão, para sobreviver, do que de se reunir para pesquisar. Por isso tendem a se aproximar do establishment, o que reduz a sua força de pensamento, imaginação e crítica. Isso equivale a capitular. No Brasil, há exceções, mas essa síndrome precisa de uma cura urgente.

# - Em uma de suas declarações mais contundentes no programa Roda Viva, o senhor afirmou que o pobre é neste momento o único ator social no Brasil com o qual podemos aprender algo de verdadeiro. Poderia explicar?

* Em A natureza do espaço falo um pouco sobre essa idéia. As classes médias são confortáveis de um modo geral. O conforto cria dificuldades na visão do futuro. O conforto quer estender o presente que está simpático. O conforto, como a memória, é inimigo da descoberta. No caso do Brasil isso é mais grave, porque esse conforto veio com a difusão do consumo. O consumo é ele próprio um emoliente, Ele amolece. Os pobres, sobretudo os pobres urbanos, não têm o emprego, mas têm o trabalho, que é o resultado de uma descoberta cotidiana. Esse trabalho raramente é bem pago, enquanto o mundo dos objetos se amplia.

# - O senhor fala da sabedoria da escassez...

* Exatamente. Fui buscar esse conceito em Sartre, quando ele fala da escassez que joga uma pessoa contra a outra na disputa pelo que é limitado. Essa experiência da escassez é que faz a ponte entre a necessidade e o entendimento. Como a escassez sempre vai mudando, devido a aceleração contemporânea, o pobre acaba descobrindo que não vai nunca morar na Ipanema da novela, que jamais vai alcançar aquelas coisas bonitas que vê. Ele continua vendo, mas está seguro hoje de que não as alcançará. Gostaria de dizer que a classe média já começa a conhecer a experiência da escassez. E isso pode ser bom. Como a classe média, na sua formação, tem uma capacidade de codificação maior, isso vai nos levar a uma precipitação do movimento social, da produção da consciência, ainda que seja de uma maneira incompleta.

# - Pesquisa divulgada mês passado na França revelou que 72% dos franceses oscilam entre o medo e a revolta com relação ao atual modelo econômico. Acredita que a situação francesa seja muito distinta da brasileira? Como explica a aprovação popular da política econômica brasileira?

* Essa questão pode ser desdobrada em duas. No Brasil, a expansão do consumo veio com o regime autoritário e continua com a democracia de mercado. Por conseguinte, essa expansão do consumo junto a essas duas estruturas de controle faz com que a opinião pública seja amortecida. Há muito mais espaço para o consumidor, esse espaço legitimado agora com o código do consumidor, e nada para o cidadão. Dessa forma, torna-se mais fácil aceitar um mundo onde são as coisas que comandam, e não os valores.


# - O que acontece no caso do Brasil?

* Esse apego enorme às coisas faz com que a coisa mais representativa, que atualmente é o Real, a coisa que faz adquirir coisas, interfira no resultado das pesquisas favoráveis à moeda. Mas, a mesma pessoa que gosta do Real não gosta do desemprego, não gosta da insegurança. De modo que vivemos esse paradoxo que está rebaixado na consciência das pessoas. O que aparece lá em cima é o Real, a satisfação com a moeda, mas há uma infinidade de situações, que não são latentes, mas reais, embora não apareçam como sistema na consciência. Por isso temos a impressão de que o Brasil não está reagindo, mas penso que há um vulcão adormecido.

# - Viviane Forrester, em seu best seller francês intitulado O horror econômico, afirma que vivemos no meio de uma "magnífica ilusão". "Nossos conceitos de trabalho e de desemprego, manipulados por políticos, não tem mais qualquer substância". Ela anuncia que uma nova civilização já se iniciou e nela só uma pequena parcela da população mundial encontrará trabalho. O que pensa dessa afirmação?

* Há anos eu já afirmava que a globalização, tal como era considerada, começa por ser uma fábula. Essa fábula se tornou possível exatamente pela violência da informação. Produzem-se idéias que são impostas. Nesse sentido, o que Forrester afirma a propósito da "magnífica ilusão" me parece correto. Mas é a partir dessa ilusão e dessa fábula que são impostas fórmulas que conduzem os países em sua economia, política e relações sociais. São fábulas perversas, como essa que fazem com que não discutamos a solidariedade. Toda a discussão sobre a previdência se faz em bases contábeis e não levando em conta que a nação tem que ser solidária e todos temos de estar juntos. Todos os debates são feitos naturalizando a perversidade, através da naturalização da desigualdade social. É uma tristeza que a discussão sobrfe o desemprego se limite a uma relação mensal de números falsos.

# - Como assim?

* Vivemos uma fase de politização das estatísticas. Isso se dá de forma descarada no Brasil em todos os campos da vida social e econômica. Há uma distribuição de estatísticas de forma maciça, mas que não permite análise porque não há desagregação que conduz a uma interpretação. a apresentação da estatística já é enviesada. Não se pode atribuir às pesquisas de opinião tão disseminadas hoje em dia a qualidade de fornecer o entendimento das estruturas e processos sociais. A estatística é retrato encomendado de apenas uma parcela do social, mas não é o social. Essas pesquisas têm um papel de deformação da vida política e degradação da vida partidária. Na última campanha foi curioso ver como os candidatos decidiam ir mudando em função das pesquisas.

#- Parece que vivemos um paradoxo na era da informação: a sociedade parece cada vez mais opaca, menos decifrável. Temos mais estatísticas, mas entendemos menos a sociedade. A que atribui esse fenômeno?

* A violência da informação também se deve ao fato de que a grande indústria da comunicação é extremamente concentrada. Éconcentrada nas mesmas mãos que concentram a competitividade. Esta não tem qualquer finalidade. Até hoje não se descobriu por que as grandes empresas globais competem. Todos os dias nos defrontamos com uma interpretação já feita, mas que é simplista, ilusória e produz uma fábula. Isso gera esse efeito de opacidade. Ela é menor nos países onde a figura do cidadão pôde se cristalizar ao longo dos séculos e maior nos países onde a cidadania não se concretizou, como na África e na América Latina.

#- A globalização parece haver reduzido a influência dos mercados nacionais que constituíam um dos fundamentos do poder do Estado-nação. O que é feito de noções tão caras à geografia, como Estado, nação e território?

* Prefiro dizer que o mercado nacional é o nome fantasia do mercado global. Esse mercado global trabalha com alguns pontos do território e exige que os estados nacionais aparelhem esses pontos. As empresas globais ali se instalam. É nesses pontos privilegiados que elas produzem nacionalmente uma produção global. Mas há também o território: todo o resto utilizado pelas outras empresas e pela maioria esmagadora dos homens que não vivem sem esses território. Podemos encarar de outra maneira a questão do território, do mercado e do Estado nacional. Esse mercado global travestido de mercado nacional não tem um reflexo, nem obrigatório nem imediato, sobre a maior parte da população. Ele se amplia com o desemprego, com a fome, sem que a maior parte da população seja beneficiária, enquanto o mercado territorial é o que tem a ver com a maioria da população e acaba sendo o sustentáculo do Estado.

#- No programa Roda Viva o senhor sugeriu que o prefeito Celso Pitta está sofrendo um linchamento, que o senhor parece atribuir ao racismo. E se as denúncias se provarem verdadeiras? Acredita que sua crítica foi feita em momento oportuno?

* Na sociedade da informação em que vivemos há linchados e linchados. O caso dos precatórios mostra que há linchamentos de graus variáveis. Minha colocação tem um caráter político no sentido maior. Desejo a aceitação mais tranqüila do negro na sociedade brasileira.

# - Que dificuldades lhe trazem sua condição de intelectual negro e o tom destoante de seu pensamento no establishment acadêmico?


* Pude me manter como outsider. Em que medida ser outsider no meu caso não se deve ao fato de eu ser negro? Os prêmios são um dia e vivem no círculo que sabe deles. A minha vida de todos os dias é a de negro. como tal, mantenho com a sociedade uma relação de negro. No Brasil, ela não é das mais confortáveis.


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MILTON SANTOS: POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO - A DE TODOS
Prof. Dr. Délio Mendes

Para o mundo intelectual brasileiro entrou em encantamento um dos seus principais pensadores. E se encantou em plena produção, no seu momento mais fértil. Produzia uma crítica à globalização considerando que a mesma tem sido levada a efeito do ponto de vista do capital financeiro. Propunha uma outra globalização. Intelectual estudioso do espaço e do tempo, compreendeu, em seu tempo, o espaço como produção do homem na relação com a totalidade da natureza e a intermediação da técnica. Técnica que corresponde a um tempo determinado pela produção dos homens. Homem do seu tempo, Milton Santos se fez presente em todos os grandes embates intelectuais da última metade do século passado. O seu tempo e o seu espaço foram o tempo e o espaço da globalização. Que ele queria que fosse outra. Ou melhor, a outra, a globalização de todos os excluídos, resgatados em uma sinfonia de humanização. Milton se fez maestro da paz e da felicidade. Felicidade de todos. Buscou uma globalização que unisse todas as mulheres e todos os homens, sob égide do encontro.

Conheci Milton, no Recife, em 1978, quando estava às voltas com Pobreza urbana. Inovava ao compreender o mundo formal e informal, como duas faces de um circuito comandado desde a acumulação ampliada do capital.[1] Inovava e agitava. Milton era, sobretudo, um agitador. Agitador de idéias, no melhor sentido de um intelectual da sua estatura. Avesso aos partidarismos, falava da isenção do intelectual para exercitar a crítica. Por isso, sempre esteve radicalmente ao lado do seu povo. Em Pobreza urbana se faz crítico de um debate sobre a desigualdade que se presta, mais e muito mais, à louvação mesquinha de intelectuais vazios entre si, do que a colocação correta e crítica dos grandes problemas da exclusão. “Indubitavelmente, o tom de certos trabalhos, nos quais o jogo conhecido das referências recíprocas entre autores "freqüentemente substitui uma análise dos fatos, tem contribuído para a perpetuação do debate, que, embora pretenda atacar o problema em profundidade, perde-se numa guerrilha semântica confusa.”[2] Esta crítica direta acompanha uma análise da produção intelectual da pobreza que, segundo Milton, pouco tinha contribuído para a resolução dos problemas da pobreza. Para este jogo de vaidades não se contava com a sua participação.

A história do homem, compreendida como a história da superação, faz do autor de Pobreza urbana, um profeta da evolução. “A história do homem sobre a terra é a história de uma ruptura progressiva entre o homem e o entorno. Esse processo se acelera quando, praticamente ao mesmo tempo, o homem se descobre como indivíduo e inicia a mecanização do Planeta, armando-se de novos instrumentos para poder dominá-lo. A natureza artificializada marca uma grande mudança na história da natureza humana. Hoje, com a tecnociência, alcançamos o estágio supremo dessa evolução.”[3] A visão da técnica, do espaço e do tempo, assume, nesta compreensão, um caráter inovador, na medida em que passa a apreender a dimensão da história, da história de temporalidades técnicas que permite produzir uma sociedade determinada, empregando, de acordo com a técnica predominante, uma certa quantidade de trabalho humano. Milton abre o conceito de território, mostrando-o como o lugar do drama social “Bom, há nessa desordem a oportunidade intelectual de nos deixar ver como o território revela o drama da nação, porque ele é, eu creio, muito mais visível através do território do que por intermédio de qualquer outra instância da sociedade. A minha impressão é que o território, revela as contradições muito mais fortemente.”[4] Da relação técnica, espaço e tempo, revela-se a história, ou melhor, uma outra história, no palco iluminado expresso no território. Esta outra história aponta para as desigualdades. Faz emergir a exclusão da maioria da população concentrada em um território degradado, onde pobres de todas as naturezas lutam contra todos os carecimentos.

Milton se mostra mais crítico no livro recente Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal[5], onde nos aponta para um mundo de difícil percepção por conta da confusão reinante que nos tem levado à perplexidade. Portanto, toma para análise a realidade relacional do ser humano, e a esta realidade relacional perversa atribui os males revelados pelo território. Não aceita explicações mecanicistas pelo seu caráter insuficiente. Atribuindo ao desenrolar da história, capitaneada por determinados segmentos da sociedade, os males que tornam difícil a vida da maioria das mulheres e dos homens. Coloca na base deste processo confuso a tirania do dinheiro e da informação, transcende a Marx, e o dinheiro passa a produzir dinheiro, dominando o mundo da produção de mercadorias. Especulação, financeirização. A globalização é feita menor, sob a égide dos bancos e dos banqueiros, criando uma fábrica de perversidades. “O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes.”[6]

Caminhando no terreno da mais valia global, Por uma outra globalização apreende o papel dos intelectuais. Todos trabalhando a ampliação desta mais valia. Trabalhando para ampliar a produtividade como se este fosse um trabalho abstrato, e não a produção de urna vantagem para o capital.[7] É preciso reconhecer este momento e a sua peculiaridade. A de ser um momento para o capital. E todas as ações movem-se na direção do reproduzir para os ricos. Entretanto, se esta é uma constatação, não é, felizmente, uma fatalidade. Milton nos aponta para um outro conhecimento. Para a possibilidade de conhecer, para a liberdade do ser humano. Para modificar o mundo. Para que o conhecimento se produza no interior da crítica, sem abstrações alienantes, sem reconhecimentos incompletos que produzem falsas compreensões e encobrem os verdadeiros dramas sociais. E assim, pode-se evitar a espera para que cresça o bolo, evitando a indigência de uma quantidade grande de seres humanos.

É o início de uma outra cognoscibilidade do planeta. Um planeta que conta com todas as possibilidades de ser desvendado. Mas, nem sempre o conhecer é possível. A informação nem sempre se propõe a informar, e sim a convencer acerca das possibilidades e das vantagens das mercadorias. "O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.”[8] A contradição se faz e se refaz na impossibilidade de se produzir, de imediato, uma informação libertadora. A alienação é a face que brota aguda da globalização financeira, da globalização do dinheiro. Encanta-se o mundo. O princípio e o fim são o discurso e a retórica. Então o que fica para o ser comum é a farsa do consumo. Não há referência à transformação do espaço e do tempo. O homem consumidor caminha no espaço do desconhecimento do mundo relacional e do falso e alardeado conhecimento do mundo das mercadorias. O fetiche, como e desde sempre, se realiza no ocultamento do valor de troca e no falso evidenciamento do valor de uso. É a utilidade que aparece, e que é proclamada em todo o universo informacional. Fala-se ao peito sangrando das mulheres e homens que não são consumidores. Para a competitividade, tem-se de chamar os consumidores, tem-se que oferecer o melhor, o mais barato, produzido desde a produtividade aumentada pelo trabalho dos intelectuais. Tudo para melhorar a competitividade.

Para Milton, a competitividade é ausência de compaixão. Tem a guerra como norma, e privilegia sempre os mais fortes em detrimento dos mais fracos. Busca fôlego na economia e despreza os que pensam mais para além. "Para tudo isso, também contribuiu a perda da influência da filosofia na formulação das ciências sociais, cuja interdisciplinaridade acaba por buscar inspiração na economia.”[9] Esta é uma das mais importantes reflexões levadas a efeito no interior de Por uma outra, na medida em que coloca um ponto focal que não é localizado costumeiramente no campo da ideologia. Cientistas sociais dos mais diferentes matizes sucumbem aos encantos da facilidade dos números e do falso realismo de uma formulação econômica ideologizada, que esquece os seres humanos e os substitui pelas equações e as tabelas estatísticas que ilusionam os dirigentes e metem medo a todos os que não querem padecer no inferno apontado pelos proclamadores da nova única. Se não aceitas as premissas e as evidências das projeções estatísticas da nova única, serás responsável pelo caos que há de vir.

Empobrece a ciência social em geral, nada para além da numerologia estatística. Investir nos setores sociais acarreta um custo que o capital não se propõe a pagar, e a ciência se curva, entra em letargia, deixa o mundo nas mãos dos economistas que vão levá-lo adiante de mãos com a lógica da relação produto capital e da competitividade. A ciência humana se faz pobre para interpretar um mundo confuso e conturbado e, desde logo, tudo a ciência econômica. Este enfoque modernoso atinge por caminhos nunca dantes navegados a maioria das falas e dos discursos. Grandes farsas são inventadas e reinventadas. O privilégio continua privilegiando o privilegiado. "Os atores mais poderosos se reservam os melhores pedaços do território.”[10] Inclusive do território do pensar para impedir o pensar. Apoderam-se das mentes e dos corações e, por conseqüência, das vidas no pleno movimento da vivência. Tudo isto no mundo da competitividade. A competitividade revela a essência do território, os lugares apontam para as lutas sociais, trazendo a tona virtudes e fraquezas dos atores da vida política e da sociedade.

A cidadania se torna menor do que sua percepção. O cidadão pretende transcender o seu espaço primitivo. Todavia, o mundo, expresso desigualmente, não tem como regular os lugares em suas diversidades e, por conseqüência, a cidadania se faz menor. A desigualdade aponta a impossibilidade da generalização da cidadania. O espaço é esquizofrênico na expressão da exclusão social. Uns homens sentem-se mais cidadãos do que outros. Mas estes homens são apenas consumidores, pois a cidadania depende de sua generalização. Não existem cidadãos num mundo apartado. Não se é cidadão em um espaço onde todos não o são. São consumidores os que expressam direitos e deveres no âmbito do mercado e não no âmbito do espaço público, onde a política é realizada e o poder distribuído. Portanto, este é um mundo de alguns consumidores e poucos, pouquíssimos cidadãos. É preciso construir a cidadania.

A transição (conclusão)

O novo nasce sem que se perceba. Quase na sombra, o mundo muda de maneira imperceptível, todavia constante. Neste início de século, temos a consciência de que estamos vivendo uma nova realidade. As transformações atuais colocam os homens em permanente estado de perplexidade. A poluição e a desertificação se alastram, a super população e as tecno-epidemias etc., tornam o mundo diverso negativamente. A pobreza e a desigualdade, são produtos desta forma da produção do modo civilizatório capitalista. Este novo apresenta diferentes faces. Tudo isto como conseqüência da desestruturação da ordem industrial. O atual período histórico não é apenas a continuação do capitalismo ocidental, é mais. Melhor, é muito mais, é a transição para uma nova civilização. Esta transição que está em curso é preocupante para determinadas sociedades, desprotegidas na guerra das nações pela primazia na história.

Milton chama atenção para esta realidade. "No caso do mundo atual, temos a consciência de viver um novo período, mas o novo que mais facilmente apreende-se diz respeito à utilização de formidáveis recursos da técnica e da ciência pelas novas formas do grande capital, apoiado por formas institucionais igualmente novas. Não se pode dizer que a globalização seja, semelhante às ondas anteriores, nem mesmo uma continuação do que havia antes, exatamente porque as condições de sua realização mudaram radicalmente. É somente agora que a humanidade está podendo contar com essa nova realidade técnica, providenciada pelo que se está chamando de técnica informacional. Chegamos a um outro século e o homem, por meio dos avanços da ciência, produz um sistema de técnicas da informação. Estas passam a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando a presença planetária desse novo sistema técnico."[11]

É necessário, para compreender esse novo, o conhecimento de dois elementos fundamentais na formação social das nações: a formação técnica e a formação política. Uma permite a compreensão dos elementos tecnológicos que formam as composições necessárias à produção, e a outra indica que setores serão privilegiados com a organização possível da produção. “Na prática social, sistemas técnicos e sistemas políticos se confundem e é por meio das combinações então possíveis e da escolha dos momentos e lugares de seu uso que a história e a geografia se fazem e refazem continuamente.”[12] Desde esta compreensão, esta nova sociedade pode, inclusive, abrir uma nova época com a colocação de um novo paradigma social. Este paradigma pode ser posto como: a superação da nação ativa pela nação passiva.

Ou melhor, voltando ao velho Marx: a nação em si é superada pela nação para si. Para isto, é necessário que o velho/novo mundo periférico retome um projeto político de independência, fora dos moldes de projetos como o Mercosul, que nada mais representam do que a dependência em bloco, na medida em que este tipo de associação só serve à subserviência coletiva, levando grupos de países periféricos a deixar de submeterem-se isoladamente, para cair em bloco nos ardis do capital financeiro.

Finalmente, utilizando a dialética como referência, Milton mostra a batalha travada entre a nação passiva e a nação ativa, em uma transição política que envolve todos os espaços do viver, desde o espaço da vida cotidiana. A nação ativa, ligada aos interesses da globalização perversa, nada cria, nada contribui para a formação do mundo da felicidade, ao contrário da outra nação dita passiva que, a cada momento, cria e recria, em condições adversas, o novo jeito de produzir o espaço social, mostrando que a atual forma de globalização não é irreversível e a utopia é pertinente. ” É somente a partir dessa constatação, fundada na história real do nosso tempo, que se torna possível retomar, de maneira concreta, a idéia de utopia e de projeto.”[13] Desde esta compreensão, a globalização é um projeto irreversível da humanidade. Entretanto, não é esta a globalização desejada, e sim uma outra, a de todos.

Délio Mendes é Professor Dr. do Departamento de Sociologia da Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP

Texto publicado pela Fundação Joaquim Nabuco, originalmente publicado na Revista Política Democrática, Brasília, Ano 1, n.2, p.191-197, 2001



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Sobre o livro: SANTOS, Milton. Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal. São Pauto: Record, 2000.

[1] SANTOS, Milton (1978) Pobreza urbana, Hucitec/UFPE/CNPU, São Paulo, Recife.
[2]SANTOS, Milton, Pobreza urbana, op. cit. p.29.
[3]SANTOS, Milton (1994), Técnica espaço tempo, Hucitec, São Paulo, p. 17.
[4]SANTOS, Milton (2000) Entrevista com SEABRA, Odete, CARVALHO, Mônica e LEITE, José Corrêa, Editora Fundação Perseu Abramo, São Paulo, p. 21.
[5]SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - do pensamento único à consciência universal, Record, São Paulo.
[6]SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 19
[7]SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 31
[8]SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 39
[9]SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 47
[10] SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 79.
[11] SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 142.
[12] SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 142
[13] SANTOS, Milton (2000) Por uma outra globalização - op. cit. p. 160


Promoção
Instituto de Pesquisas Sociais - INPSO, da FJN
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, da UFPE
Núcleo de Estudos Estratégicos - NEST, da UFPE
Apoio
Prefeitura da Cidade do Recife
UNESCO





Banda Bloco da Cidade


No dia 23 de Junho A Banda Bloco da Cidade, da qual faço parte, teve sua
gloriosa estréia, com muita animação e integração total do noss maravilhosso
grupo.


Na segunda foto, na sequência: Jorge(eu), Bem-te-vi, Danilo,
Jorge Gaviões, Robertinho Sorriso, Jô Borges e Valéria(as divinas) e Júnior; Ao
fundo Feijão e Aldo; agachados: Sueli, Mel, Moraes e o Super Marcelo, nosso
generoso Diretor Musical.

















segunda-feira, 6 de junho de 2011

COISAS QUE EU SEI

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...
Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...
Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...
Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...
Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...
Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...
As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Coisas que eu sei
As noites ficam claras
No raiar do dia
Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Agora eu sei...
Ah! Ah! Eu sei!

(Dani Carlos)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

NIVER DO RIBEIRO!!!!

Hoje é aniversário do meu eterno amigo MANOEL RIBEIRO MUNIZ. Este será sempre um dia muito especial na minha vida.
Parabéns, Querido Amigo!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Feliz Páscoa a todos!!!!!

Que todos tenham paz, renovação, generosidade e devoção.
Desejo a todos uma linda Páscoa !!!

O Prefeito NÃO GOSTA, mas NÓS ADORAMOS.

Itaipuaçu é um lugar legal. Longe,mas legal. A praia é linda, mas não dá pra gente se aventurar a nadar. O que é uma pena. Com ares paradisíacos, encanta, mas também decepciona. O prefeito não curte os moradores (é o que parece). Por isso, quando vier nos visitar, não fique triste com os buracos ao longo das vias de acesso, pois, independente de qualquer descaso do poder público, sempre recebemos os visitantes de braços abertos e com um sincero sorriso. Bem-Vindos a Itaipuaçu!


segunda-feira, 14 de março de 2011

Momentos muito felizes. Pessoas muito especiais - Parte I



























Niterói, sempre te amarei!


MAC, fotografado por mim

Nossas mãos, dedinhos, pés e carões











Eu, Elania, Marilene, Soraia, Marta e Rose.

FAMÍLIA GAVIÕES.

Quando cheguei a Itaipuaçu, não podia imaginar o quanto me afeiçoaria às pessoas que também, hoje, vivem por aqui. Neste Carnaval pude experimentar o convívio de pessoas muito especiais. Não vou citar nomes, por mera questão de preservar a identidade alheia, mas minha vontade mesmo era nomear cada um dos meus queridos novos amigos e agradecer-lhes a grande acolhida na FAMÍLIA GAVIÕES. Fui muito feliz antes, durante e agora depois do Carnaval. Novas sementes foram plantadas e cuidarei para que elas floresçam. Aguardo ansioso às aulas de tamborim com nosso mestre M. Obrigado a todos da FAMÍLIA GAVIÕES.

Meu aniversário está chegando

Pretendo comemorar
Na minha casa
Com meus amigos
Com gente realmente querida.
Provavelmente um churrasco
dou a carne,
A galera a bebida,
Também dou os doces e a comida
Mas o que importa mesmo
É essa gente toda boa
Nessa data tão querida.
Aguardem o convite.

Crescendo

Primeiro atirei o pau no gato
Joguei bola
pulei amarelinha
brinquei de queimado
bandeirinha
chicotinho queimado e garrafão

Segui declarando guerra a países
escondendo a bola do bento frade
Pique bandeira
altinho e comecei a passar anel.
Esconde-esconde era mau visto
mas dava pra brincar.

Fui pro céu
Pro inferno
E purgatório, no passa-passa-galinha-arrepiada
e cheguei no pera-uva-maçã
Fui até ao salada mista
E beijei de lábios cerrados até a mais desejada das bocas,
Era mais decente.

Can-can, mau-mau, War
Buraco, mexe-mexe e dominó.
Banco imobiliário, revivals... namoros, casamentos,

pacotes completos.
E assim, sucessivamente,

retrospectivamente, saudade.

PROFUNDO

Tenho tanto medo do mar
Mas acho lindo
Tenho tanto medo de amar
Mas acho lindo, também

Em nenhum dos dois mergulho
Em nenhum deles eu nado muito longe
Tenho medo de não saber voltar
Pois sei que é sempre preciso, quando as ondas vêm.

Fico a espreitar a praia
Fico a esperar o amor
Na praia, que me assusta, amar.

Temo o fundo
Temo a falta de ar, seguro
Tanto temo o mar, amar, ir fundo.

Passantes

Olho para frente e vejo tanta beleza
E para dentro, fantasias que me embalam
Que esquematizo e presumo emoção
Sorrisos que me encantam e que se vão

Corpos que flutuam nas minhas noites insones
Imagens que se misturam autônomas
Meus pensamentos confusos que se dissolvem
Em suspiros, longos, dolorosos, incrédulos, infiéis.

Quero uma cantiga de roda a distrair-me
A enlevar-me, a devolver-me a infância
A adolescência novamente presunçosa.

Quero a sensação do primeiro beijo, sempre
Quero a agonia do aprender a ser melhor
Quero viver aos pouquinhos e com pressa de menino.

Hora de seguir

Acho, apenas acho que não posso mais.
Esperar você é ter a sensação de penhasco
Noite fria invernal
Vento batendo no rosto e cortando a alma
Sem esperança de abraço
De cobertor
De afago, aconchego, calor...

Você que nunca chega para mim de verdade
Mas vens com uma bagagem de efêmeras fantasias
Com o peso do medo e da covardia
De nunca querer ser mesmo quem tu és.

Cansei-me de mim mesmo
De carregar o peso de ser por mim e por ti
a esperança do amor que nunca veio para dois.
Amei sozinho e descobri
Que sozinho não se ama
Quem ama sozinho nem se dá ao luxo de ser traído
e sofrer.
Sofrer sozinho, sim, é trair-se
é "morrer-se"
é ser eternamente pronominal.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Você é o meu vício

Sinto que não vou te deixar partir do meu pensamento
Assim como sei da ausência do teu corpo e do teu beijo
Mas selarei uma cavalo imaginário e cavalgarei na longa noite dos meus sonhos
Quero você desse jeito, mesmo em sonhos, mesmo em fantasia, mas quero.

Grande encontro

Hoje vou encontrar um grande amor. Não aquele grande amor que todo mundo tem ou teve, mas um grande amor de uma vida . Nos amamos há tanto tempo e tão pouco nos vemos... mas isso é só um detalhe. Nossa amizade mantém-se fresca e limpa como a nascente de um rio. Nunca nos perdemos na geografia sinuosa dos rios, nem nos misturamos às tantas águas, nem queremos chegar definitivamente ao mar.

Assim, por dizer

Não tenho mais tanta coisa que eu tinha, nem o prudente medo, que faz a gente repensar as atitudes. De qualquer forma, gosto. Gosto muito até. Hoje caminho por qualquer lugar sabendo que quem eu sou me agrada, e me anima. Não engano ninguém sobre mim, não minto minha identidade nem tenho medo de ser eu mesmo. Não preciso mais me defender de ataques velados. É como se eles nem existissem, pois, na realidade, nunca servem, nunca somam, nunca são colocados com a mesma autenticidade com que sou gente de verdade.